EM MEMÓRIA DO NOSSO AMIGO CARLOS BATALHA
 
Partiu para o Pai aos 83 anos, tendo nascido a 5.11.1932, casou a 13.04.1958 e morreu a 7 de Abril.
 «Nascer é uma peregrinação e morrer é regressar a Casa» (VanThuan).
Na Eucaristia celebrada no funeral do nosso Carlos Batalha, no dia 8 de Abril, irmão do P. Batalha, ficaram bem patentes quatro linhas de rumo que o marcaram ao longo da sua vida.
Tais linhas foram a espiritualidade, a formação bebida na Ação Católica, a acção social vicentina e a actividade profissional responsável. Viveu sempre inserido na vida familiar e na comunidade local, donde irradiaram a sua espiritualidade e, ao mesmo tempo, o seu compromisso nas realidades terrestres.
Carlos Batalha e outros militantes da Ação Católica Rural já falecidos deixaram-nos um apelo vital,
a que não temos sabido corresponder em conjunto: eles fizeram a síntese, individualmente e em família, entre a vida espiritual, a familiar e o compromisso na ordem terrestre; certamente, até se pode afirmar o mesmo acerca de cada um de nós...

Mas, até agora, ainda não começámos a criar comunidades fraternas semelhantes às dos primeiros cristãos, entre os quais não havida pessoas necessitadas. Sabemos que este desígnio é muito exigente e requer um trabalho sistemático, ao longo das nossas vidas.

Quanto mais nos comprometermos na erradicação da pobreza melhor conciliamos a vida terrena com a eterna, e a comunhão entre pessoas consideradas «vivas» e «mortas».
Fazemos, na terra, «em comunhão fraterna», a «antecipação do banquete celeste» (cf. Gaudium et Spes, nº. 38; parece recomendável a leitura deste número).

Obrigado Carlos Batalha e todos os amigos que nos precederam pelo enorme apelo que nos deixaram. Quanto melhor lhe correspondermos, melhor aprofundaremos a nossa comunhão fraterna... e eterna. (Grito Rural , Abril de 2016)

 
“Cresceu o menino
No corpo e na Fé
Que a vida deve ser entrega
Doação aos outros e oração.

 Foi oleiro, operário e agricultor.
Pensava ser frade,
Mas apaixonou-se,
Casou-se.
Foi pai de família,
Contador de histórias
Na hora de desgrelar batatas,
E “enmolhar” cebolas e alhos.

Foi catequista,
Poeta,
Dinamizou e animou marchas e festas,
Sempre pronto a gracejar e a brincar.
Mesmo no tempo da demência
O humor e a brincadeira
Fez surgir no seu rosto o sorriso
E aquecer os nossos corações.

 A Oração o seu alimento
Amar a Deus e aos outros
Queria seguir o Mandamento.
Empenhou-se na Ação Católica Rural,
Nas Equipas de casais dos Encontros Matrimoniais,
Na Conferência S. Vicente Paulo
Apoiou os mais necessitados, os doentes, os idosos.

Foi esposo, pai, avô
Homem Carlos,
Jesus Cristo a sua Luz
E o seu caminho.

É chegada a hora,
o tempo de agradecer 
A dádiva e o dom da sua vida
Na momento do regresso a Casa do Pai.

Bem hajas meu e nosso pai
Que Deus te acolha no seu reino de luz e Vida eterna.”

Esmeralda Batalha