A família como célula base da educação para uma ecologia integral
Este foi o tema do Encontro de aprofundamento da fé, que juntou os militantes da ACR neste início de quaresma e se realizou na Casa do Oeste no domingo 25 de fevereiro de 2018.
A sessão, que contou com meia centena de participantes, teve início com um momento de oração que nos levou a um olhar sobre a tragédia dos incêndios, ao mesmo tempo que nos questionava relativamente às nossas atitudes e comportamentos para com a Natureza que potenciam situações como as que vivemos no verão passado.
O passo seguinte foi o de conhecermos uma súmula do trabalho de reflexão que os grupos da ACR fizeram antes deste Encontro, em jeito de preparação, refletindo sobre a Encíclica Laudato Si.
Como orientador deste dia tivemos o Dr. Juan Ambrósio que nos sublinhou alguns aspetos importantes relativos a esta nossa descoberta da Encíclica Laudato Si que tanto nos interpela e entusiasma para o cuidado da nossa “Casa comum”.
Na nota introdutória o nosso perito falou de situações de crise e de oportunidades que elas também suscitam e afirmou que estamos hoje num contexto de mudança de paradigma e essa mudança pode ser para o melhor ou para o pior, importando por isso estarmos com a atitude que nos propõe o Evangelho: “é preciso que o Evangelho esteja presente nesta dinâmica, pois as mudanças serão sempre feitas” (mesmo sem a nossa presença).
Para não sermos levados pela cultura do eu o Papa Francisco já na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (nº10) nos desafiava à doação, pois com ela a vida alcança outra plenitude…
Na Encíclica Laudato Si aprendemos que renovar a Igreja significa também cuidar da “Casa Comum, promover um mundo diferente.
- Como relacionar a Igreja com o mundo? Perguntava Juan Ambrósio. Através do Amor, da Misericórdia.” Ela não pode ser um parêntesis na vida da Igreja, ela constitui a sua própria existência…” (Mm1) É nessa relação de misericórdia que aprendemos a amar a Casa Comum.
Sendo objetivo da ACR destacar a família nesta dinâmica de educação para uma ecologia integral, o nosso perito ajudou-nos a perceber o que entendemos por família:
Família comunidade: membros que partilham a vida vivida em comum, numa dinâmica de afetos e numa relação de cuidado. Espaço familiar: espaço humano, habitado, aquele que é vivido e simbolizado; a casa da família, como exercício do habitar (precisamos de mapear o nosso lugar, o sítio para onde voltamos todos os dias).Tempo familiar: o exercício do tempo total (passado, presente e futuro); tempo humanizador; tempo para mim e para o outro, tempo para nós.
Fomos interiorizando os apelos do Papa na Encíclica Laudato Si, ele que nos diz que, antes de tudo, “ é a humanidade que precisa de mudar, é preciso desenvolver novas convicções, atitudes e estilos de vida”. Estamos perante um grande desafio educativo e aqui lembra que “na família se cultivam os primeiros hábitos de amor e cuidado, da vida e das coisas, como por exemplo o respeito pelo ecossistema e a proteção de todas as criaturas”. Precisamos desta conversão ecológica, que promove a aliança entre a humanidade e o ambiente.
Num trabalho de reflexão em pequenos grupos procurámos elaborar propostas de atitudes a tomar no sentido do cuidar da Casa Comum, no nosso dia-a-dia, nas nossas comunidades. De uma lista extensa destaco três exemplos:
. Sensibilização para a importância da separação do lixo (fundamentar com as consequências para o planeta se continuarmos a ignorar estes gestos e atitudes);
. Poupança e reaproveitamento da água que utilizamos;
. Casa do Oeste com práticas de reciclagem, sendo modelo na formação para estas atitudes;
Juan Ambrósio concluiu com um desafio: É preciso praticar; é indispensável ensaiarmos estilos de vida diferentes, começando por aquilo que é possível conseguir”.
O Encontro terminou com a celebração da eucaristia, presidida pelo nosso Assistente, padre Batalha.
Tiago Isabel