LOC/Movimento de
Trabalhadores Cristãos – Lisboa
COMBATER A PRECARIEDADE E AS DESIGUALDADES: UMA ACÇÃO
MILITANTE/TRANSFORMADORA
A LOC-MTC da Diocese de Lisboa, no seguimento da reflexão
que tem vindo a fazer nas suas Equipas de Base sobre o tema: “ Encontrar o
Evangelho no Mundo do Trabalho” promoveu
o Encontro da SOLIDARIEDADE, no
Colégio das Doroteias-Campo Grande, em Lisboa, no dia 05 de Maio de 2018, e
teve como orador o Dr. Fernando Marques, economista do Gabinete de Estudos da
CGTP-IN.
Na sua apresentação o Dr.
Fernando Marques deu ênfase ao Trabalho, às desigualdades e às políticas
sociais colocando um conjunto de questões, das quais se destacaram, de entre
outras, as seguintes:
Quem são os pobres, hoje?; O
futuro do trabalho; Como se redistribuem os rendimentos?; Que modelo de
sociedade?; Políticas sociais - qual é o seu papel?; O que seria uma sociedade
sem Segurança Social, sem Saúde e sem Educação?; O financiamento das políticas
sociais; A distribuição dos rendimentos por via dos impostos.
Foram abordadas duas formas de
olhar a pobreza: a tradição americana (pobreza absoluta) e a tradição Europeia
(pobreza relativa). Constatou-se que há forte relação entre pobreza e mercado
de trabalho. A precariedade de emprego com muito elevada rotação apresentou, em
2017, números que apontam para 1 milhão de entradas com novos contratos, mas com
770.000 saídas. Quatro em cada dez, destes novos contratos, são com salário
mínimo. Isto coloca problemas de natureza pessoal e económica. Apesar de haver habilitações
mais elevadas, não significa que haja melhor emprego. A desvalorização do
trabalho e da sua qualidade tem de interpelar-nos. Quem não tem salário não é
cidadão de pleno direito.
Que modelo de sociedade
preconizamos? O futuro vai depender da forma como se organiza o mundo do
trabalho: tempo para o trabalho, tempo para a família, tempo para o lazer,
tempo para a cultura, tempo para a formação e para o debate. Estar cada vez
mais conectado com o trabalho, crianças e adultos amarrados ao telemóvel (que
hoje é um computador) deve fazer-nos reflectir.
A Organização Internacional do
Trabalho comemora 100 anos em 2019. A reflexão em torno do futuro do trabalho
tem estado centrada, em demasia, nas mudanças tecnológicas e é necessário ter
em vista o objectivo do pleno emprego e do trabalho digno. Novas necessidades
surgirão a exemplo da reconversão energética das economias, a passagem das
poluentes para as limpas. Outro exemplo é o do envelhecimento das pessoas que
gera novas necessidades. Se houver mais tempo livre, mais turismo, gera-se novo
emprego. Importa questionar a natureza do emprego criado. Para uma sociedade
mais justa e fraterna, o trabalho digno é a resposta.
A Equipa Diocesana LOC-MTC de Lisboa