TOMAR CONSCIENCIA DA REALIDADE
DOS AGRICULTORES DO OESTE
«Cuidar da Casa Comum» é um
desafio imperioso e urgente. O nosso Papa Francisco por onde vai, quase sempre
alerta e chama-nos a ir com ele na atenção ao ambiente, à exclusão social, ao desenvolvimento,
à dignidade da pessoa humana.O desenvolvimento humano integral e o pleno exercício da dignidade humana não podem ser impostos; devem ser construídos e realizados por cada um, por cada família, em comunhão com os outros seres humanos.”. É urgente dar passos neste sentido. A primeira vez que este papa foi à ONU falou da paz e da construção da comunidade internacional, assentes em bases do direito e da justiça e lidos à luz da sua recente encíclica sobre “cuidar da Casa Comum”.
A Ação Católica Rural (ACR) e a Fundação João XXIII-Casa do Oeste, observando a realidade e perante este grande desafio do papa Francisco decidiram promover um encontro de partilha de saberes e preocupações e de diálogo entre os que cultivam a terra e vivem do seu trabalho e o nosso Bispo para que nos diga os ensinamentos que a nova encíclica do Papa nos dá para encarar a vida com mais esperança, porque se sentem desanimados. São grandes as dificuldades na sua atividade profissional. E o nosso país tem grande carência de produtos agrícolas de qualidade, diversificados, que satisfaçam o consumidor e a preços mais razoáveis. Porém sentem-se esmagados pelas grandes superfícies comerciais. Se, de facto, houver condições para uma atividade agrícola digna protege-se e cria-se mais emprego, melhor economia.
Com este Encontro pretende-se dar
voz, especialmente aos pequenos agricultores e aos seus problemas. Pretende-se
que seja um encontro de objetividade e que identifique situações concretas; colocar
na mesa da discussão os problemas do setor que se resumem na questão chave: “as
fileiras de produção agrícola, constrangidas por diversos fatores, não estão a
conseguir criar riqueza para os produtores».
Pretende-se dar a conhecer à
Igreja diocesana nos seus responsáveis estas preocupações, os desafios e as
propostas dos agricultores do Oeste, ouvindo também o contributo do nosso
Bispo. Além disso, possa ser uma ocasião para também contribuir para que sejam
tomadas medidas pelas instâncias governamentais que respondam aos problemas identificados
pelos agricultores.
Este Encontro destina-se por
isso, em primeiro lugar a agricultores individuais, mas também
representantes de associações agrícolas, entidades representativas das fileiras
de produção: fruticultura, horticultura, vitivinicultura, florestas,
pecuária…Por isso, há dias, numa conversa, um agricultor confessava que “ser,
hoje, um bom agricultor não é fácil, exige muita competência…os produtos têm
que ter qualidade para poderem concorrer num mercado extremamente exigente”.
Ir a este Encontro de partilha e
de diálogo destina-se não só aos protagonistas das atividades agrícolas, mas
também aos familiares envolventes. Tomar consciência das realidades é
necessário para não só não se cair na indiferença, como necessária para a
participação solidária.
Nós não viemos ao mundo para
assistir, mas para participar.
Vamos, pois, ao encontro dos agricultores com
o nosso Patriarca amanhã, dia 12, no Teatro Eduardo Brazão, Bombarral, das 15
às 19,00h.
P. Batalha