EDUCAR
NA TERRA
NOTICIA
DAS ULTIMAS ATIVIDADES
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Plantas
nas Nossas Mãos – 5 de Julho
No
passado dia 5 de julho, o Educar na Terra realizou um encontro para Partilha de
Saberes com o Centro de Dia do Centro Social e Cultural de Ribamar, os
participantes do Campo de Férias Sénior da Casa do Oeste, alguns convidados
especiais e a colaboração da associação Vaklouro
Neste
encontro os coordenadores do Educar na Terra fizeram uma recolha fotográfica e
de exemplares de plantas medicinais, aromáticas e outras, colocando à discussão
dos participantes os seus diversos usos e propriedades.
Estavam
presentes pessoas de várias localidades da zona Oeste (Maceira, Ribamar,
Bombarral, entre outras), o que tornou o debate bastante animado e com grande
interação. Fomos partilhando alguns nomes comuns, usos e até ditados populares
relacionados com as plantas, por exemplo “o Cuco entre março e abril ou é morto
ou não quer vir” que está relacionado com um nome comum regional de uma espécie
que floresce nessa altura, a dedaleira (Digitalis purpurea), conhecida
como “calcinhas do cuco”, planta cardiotóxica (potencialmente letal) de onde se
extrai a substância digitalina. Alguns participantes da actividade referiram,
sobre a dedaleira que era uma “plantinha que usávamos para brincar, ela dá
estalinhos se apertarmos, era uma brincadeira que fazíamos”. Já relativamente a
outras plantas, como a Alfavaca-de-cobra ou as malvas foram referidos os usos
para diversos problemas urogenitais em “banhos de assento” ou infusões.
Depois
de uma longa conversa fizemos a proposta de irmos plantar algumas plantas
medicinais ao jardim do Centro de Dia. Quase todos os participantes aderiram
com entusiasmo e fomos para o jardim plantar e discutir um pouco onde
deveríamos colocar cada planta, pois “o Chá Príncipe não pode ser plantado ao
pé do Loureiro” e o “Bálsamo precisa de sombra”.
Depois
de tudo plantado o Centro de Dia ofereceu um lanchinho com chá e limonada com
hortelã acompanhado do excelente bolo da Casa do Oeste! Depois de termos
acabado o lanche ainda houve espaço para cantarmos algumas músicas tradicionais
onde se incluíam as plantas, como foi o exemplo do “alecrim aos molhos”. Deste
encontro ficaram muitas partilhas, novas amizades e a vontade de voltar a
reunir a gente em volta de outros temas e saberes da terra!
A equipa Educar na Terra
agradece de coração o modo atencioso como toda a gente foi tão atenciosamente
recebida no Centro de Dia da CSCR, a disponibilidade e amabilidade das várias
pessoas que ajudaram a organizar este evento, tanto da parte da entidade que o
acolheu (CSRC) como de quem veio a este encontro (Casa do Oeste e convidados).
A todas as gentes que partilharam entre si as suas histórias e saberes ligados
às suas memórias, quotidianos e terras, o nosso profundo agradecimento e
bem-haja, porque é deste modo que cuidamos das nossas raízes e conhecimentos e
das nossas redes de apoio e amizades, que são base fundamental da nossa
existência.
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Participação
do Educar na Terra no encontro internacional jovem “A call for peace for all”
– MIJARC 1 – 8 julho 2018 Casa do Oeste
A
equipa Educar na Terra teve um convite especial para participar no encontro
internacional jovem “A call for peace for all” (Um apelo a todos pela
paz) da rede europeia do Movimento Internacional da Juventude Agrária Rural e
Católica (MIJARC-Europe), que decorreu de 1 a 8 do presente mês de Julho na
Casa do Oeste. Participamos neste encontro promovendo uma conversa e oficina
sobre o papel da arte de rua (‘street art’; arte urbana) na construção da paz e
gestão de conflitos, um dos temas debatidos durante a semana.
Na
tarde e serão de quarta-feira teve lugar uma oficina de stencil, técnica
bastante utilizada em arte urbana, mas desta vez aplicada em tecido e papel. As
peças produzidas nesta oficina tinham também o objectivo de integrar uma
exposição itinerante sobre o referido tema.
A
conversa sobre o papel da arte urbana na construção da paz ocorreu no sábado de
manhã, e iniciou um vídeo-entrevista ao artista plástico, muralista e tatuador
equatoriano Sebastián Manríquez Pozo. Pudemos escutar a sua visão sobre o tema
a partir da sua perspectiva pessoal e enquanto artista cujo percurso está
estreitamente ligado à arte participativa. Este grande amigo e artista,
falou-nos sobre diversos projectos artísticos que promoveu em contextos
socialmente complexos, quer por problemáticas como violência e criminalidade,
quer, por exemplo, aquando da ocorrência do trágico terramoto de 2016 no
Equador, que destruiu praticamente duas províncias costeiras deste país (Manabí
e Esmeraldas) no qual Sebastián participou num programa de intervenção
artística promovido pelo Ministério da Cultura, no qual desenvolveu murais
colectivos nos albergues de realojamento das pessoas afectadas pelo desastre.
Este poderoso testemunho lançou o mote para a reflexão e conversa sobre o tema,
que acabou por ser breve, dada a apertada agenda do dia. De qualquer modo foram
actividades e testemunhos que deixaram sementes em quem participou: a vontade e
liberdade de criar e olhar de maneira mais profunda para as manifestações de
arte urbana compreendendo e respeitando o seu papel social.
+info
https://mijarceurope.net/
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“Aves
do Campo” – 8 Julho de 2018 – Educar na Terra
No
domingo dia 8 de Julho, deu-se a tão esperada actividade “Aves no Campo” do
projecto de orçamento participativo de Ribamar “Educar na Terra” [Casa do
Oeste; Junta de Freguesia da Lourinhã].
Depois
de estar agendada para dia 3 de Junho, e ser adiada porque o tempo nos decidiu
trocar as voltas e oferecer uns dias chuvosos em plena chegada do Verão,
finalmente fomos para o campo ver a passarada com a ornitóloga Filipa Machado!
Juntou-se um belo grupo de cerca de 25 pessoas vindas principalmente da zona
Oeste (Ribamar, Maceira, Caldas da Rainha e Bombarral).
O
percurso, atravessou áreas de agrícolas, mato mediterrânico e ribeiras da zona
da Rocha e terminou na praia de Valmitão.
Como
sempre um bom ambiente de convívio ajuda às aprendizagens, e ainda que as aves
estivessem inicialmente um pouco tímidas, foi uma manhã bastante proveitosa.
Observaram-se cerca de 27 espécies, na sua maioria comuns na região, como as
andorinhas-dos-beirais (NC) e andorinhas-da-chaminés (NC) que aprendemos a
distinguir dos andorinhões-pretos (Apus apus), que, ainda que muito semelhantes
na forma do corpo e tipo de voo, são de grupos bem distintos de aves. Viram-se
e ouviram-se ainda várias espécies de passarinhos, já mais conhecidos, como os
pintassilgos, verdilhões, pardais, melros, chamarizes, toutinegras, piscos e o
localmente conhecido como ‘chincro’ ou fuinha-dos-juncos com o seu típico voo
cantado aos soluços. Ao longo do passeio tivemos a sorte de observar um casal
de verdilhões a alimentar uma cria, num telhado, uma águia-de-asa-redonda a
tratar do seu almoço, caçando e comendo uma pequena cobra nas arribas de
Valmitão, bem como os coloridos abelharucos repousando e alimentando-se perto
dos seus ninhos, escavados num barranco arenoso da mesma zona, um dos quais se
pode ver em disputa de alimento com uma andorinha, em pleno voo. Pudemos também
escutar a rola-brava, uma espécie migradora típica de zonas de mosaico agrícola
e florestal, que atravessa actualmente um período de declínio populacional a nível
europeu, o que proporcionou a oportunidade de falar das ameaças que algumas
espécies enfrentam e da importância de estudar as suas tendências populacionais
como indicadores de ambiente. Com a preciosa ajuda da Filipa aprendemos como se
podem identificar as distintas espécies de aves, que comportamentos ou outras
especificidades têm (tipos de ninhos, habitats, etc.) que nos ajudam a
conhecê-las e respeitá-las melhor. Partilhamos o território com estas espécies,
entre outras e urge reaprender a estar em conjunto e saber partilhar. Para
marcar bem este ponto na agenda do dia, finalizámos a actividade com um belo
almoço partilhado no areal de Valmitão, com direito a variados petiscos, boa
música e umas refrescantes banhocas de mar.
Uma
vez mais a equipa Educar na Terra agradece a todas e todos os envolvidos na
organização e realização desta actividade, com especial reconhecimento pelo
esforço e partilha da ornitóloga Filipa Machado, que veio desde Almada para nos
proporcionar uma manhã de passeio e aprendizagem.
+
info
http://www.avesdeportugal.info/
https://www.xeno-canto.org/
https://ebird.org/portugal/home
http://www.spea.pt