MISSÃO DE SOLIDARIEDADE - QUE FUTURO?

Que dizer da última viagem missionária à Guiné?!....
Antes de mais gostaria de agradecer a todos os leitores que nos apoiam ao longo destes 26 anos e confessar que é um privilégio poder representar-vos em nome da Fundação João XXIII/Casa do Oeste.
Nesta ultima missão em nome a Fundação estiveram o Abílio Salvador, a Jaqueline do Carmo e a Filomena Almeida.
Na verdade cada viagem é sempre cheia de surpresas.
Esta foi organizada essencialmente para receber um grupo que ia em caravana via terrestre. Esta caravana era composta por duas carrinhas de caixa fechada, duas ambulâncias, dois automóveis e uma carrinha mais pequena.
Esse grupo da região do Pombal,  autodenominado "trilhos de uma África negra ", organizou a viagem e conseguiu muitas dádivas, sobretudo, de material hospitalar e de recuperação física, assim como muito material escolar, brinquedos e bolas que fazem sempre as delícias das crianças.
Depois de 10 dias a atravessar Marrocos, Mauritânia, Senegal e Gâmbia chegaram à Guiné exaustos e só com mais dois  dias para conhecer as organizações de carácter social a quem iam entregar as suas dádivas.
Estas organizações já tinham sido previamente seleccionadas pelos membros da Fundação.
Por isso coube-nos a nós fazer a distribuição e entrega de todos os carros assim como do seu recheio.
Quando falamos de material hospitalar, na maioria das vezes, falamos de material muito caro, o que nos obriga a um maior cuidado na escolha das organizações com quem estabelecemos a parceria para a entrega.
Há que ter a certeza de que o que damos será bem empregue e chegue aos mais desfavorecidos.
Neste sentido esta missão foi riquíssima pois encontrámos um centro de recuperação físico/motora a funcionar muito bem, com um diretor Guineense , Dr Kennedy e a sua equipa que nos deu toda a documentação do trabalho feito nos últimos quatro anos. Ao entregarmos todo o material de recuperação  ortopédica sentimos que o que entregámos pode fazer muita diferença na gestão deste centro. É reconfortante sentirmos que o que entregam vai ser entregue e quem recebe sabe o que está a receber.
Também estabelecemos parceria com a Federação Guineense de pessoas com deficiência. Esta federação tem 15 associações de diferentes deficiências. A presidente, Dra Filomena, é uma mulher dinâmica e com muita vontade de ajudar os seus pares. As limitações são muitas e a deficiência, na Guiné, ainda é vista por muitos como um castigo de Deus. O trabalho desta Federação é muito difícil e com muitas carências. Receberam as nossas dádivas e mostraram as suas carências para que possamos ser embaixadores das suas preocupações junto dos nossos apoiantes aqui em Portugal.
A entrega de compressas, betadines, adesivos, ligaduras e luvas á organização AIDA foi muito providencial pois estava para chegar um grupo de médicos espanhóis para fazer cirurgias várias, às crianças.
A entrega das ambulâncias a pequenos centros de saúde afastados da capital e que podem fazer toda a diferença no salvamento de vidas é sempre um momento de muita emoção para quem dá e para quem recebe.
São estas e outras organizações locais que nos fazem sentir a diferença de crescimento e desenvolvimento associativo. São também estas organizações que nos fazem acreditar no crescimento que está a ser feito pelo povo da Guiné em parceria com o nosso povo.
Sou uma defensora de que o associativismo de carácter social e/ou religioso é a melhor forma de mudar a mentalidade e as atitudes. É com muito orgulho que vejo associações crescerem na nossa região de intervenção – Região de Biombo. É também com muita responsabilidade que nesta última missão recebemos várias associações que, sabendo do nosso trabalho e apoio ao povo da Guiné, nos procuraram a pedir ajuda.
Todos os que nos procuram sabem que não temos dinheiro para dar, mas prometemos chegar a Portugal e procurar o que nos pedem para puder fazer crescer os seus projectos.
Por tudo isto faço, desde já, o apelo a quem conhecer alguma instituição ou empresa que tenha beliches para doar serão bem-vindos. Também pode ser uma empresa ou um grupo de pessoas anónimas que queira organizar uma recolha para a compra dos beliches.
O Centro Escolar de surdos-mudos e cegos está a precisar de 40 beliches para albergar crianças que vêem do interior. Assim como se alguém souber de cadeiras e secretarias escolares para equipar a mesma escola serão uma bênção.
Temos ainda um pedido de janelas de alumínio para uma Escola Técnica Profissional onde se pretende fixar a juventude para que o êxodo para a cidade não seja sinónimo de abandono escolar.
Vou deixar aqui uma ideia, é difícil de arranjar uma empresa de janelas que faça e ofereça tudo mas não será difícil de mobilizar um grupo de jovens dos escuteiros por exemplo que se responsabilize por ir a todas as pequenas oficinas pedir uma janela.
Amigos da Fundação, e não só, que estejam a ler este artigo mobilizem-se e ajudem a ajudar.
Um telhado é feito de muitas telhas, uma parede é feita com muitos tijolos, uma missão é feita com muita ajuda e sem os nossos amigos e apoiantes estas obras nunca seriam feitas.

Em nome da Fundação João XXIII, desde já muito obrigado!
 Podem contactar com 916126473
 Filomena Almeida