“Todos nós devemos consagrar tempo
ao silêncio e à contemplação, especialmente se vivemos em grandes cidades onde
só há agitação. Começo sempre a minha oração pelo silêncio, porque é no
silêncio do coração que Deus fala. Deus é o amigo do silêncio: devemos escutar
Deus, porque não são as nossas palavras que contam, mas o que Ele nos diz e o
que Ele diz através de nós.”
Madre Teresa de Calcutá
No passado sábado, dia 9 de Março,
experimentámos viver um Dia de Silêncio, na Casa do Oeste.
A proposta foi feita e aceite por
um grupo de 20 pessoas: dedicámos este dia a tempos de silêncio, tempo de
partilha e tempo de convivência.
Eis
alguns depoimentos:
“Num sábado feliz, éramos uns vinte a (re)aprender a
escutar o silêncio, numa casa com vista para o mar, esse persistente
companheiro de interioridades. Sonhámos o caminho que a Sofia Melo
Breyner propõe, contemplámos, descobrimos sugestões de crescimento e
renovação para o tempo que atravessamos. Amor é para escrever sempre com maiúscula, a
palavra que brota do silêncio que nos congrega. Deus pass(e)ou entre nós.”
J. Ferreira
“Este
foi, sem dúvida, um dia diferente, principalmente porque estamos quase sempre
muito preocupados em mudar o mundo, mas frequentemente esquecemo-nos que essa
mudança só poderá ser desencadeada se todos e cada um de nós iniciar essa
mudança dentro de si mesmo, ou como referia um dos autores lidos (José Mattoso) não
basta a ação, é preciso também a contemplação. Talvez mais ainda:
sem ela de nada vale a ação.
E, este
foi o verdadeiro desafio que nos foi sendo colocado ao longo do dia, que foi
sendo “mesclado” de breves momentos de leitura seguidos de períodos de
contemplação (silêncio) – momentos em que cada um aproveitou para “estar
consigo próprio” em
espaços apropriados.
Não foi propriamente um dia de ócio, pois ”… a contemplação é um
exercício exigente. Requer a concentração, o despojamento e a solidão. Exige de
quem a busca o descentramento de si mesmo” (José Mattoso), embora tenha
sido um dia muito aprazível e agradável em que os participantes consideraram ter descoberto um pouco
mais de si próprios.
Os
participantes consideraram que este foi um dia diferente, rico e para repetir.
Fica então o desafio: Porque não participarem no próximo Dia do Silêncio?”
M.
Azenha
“O dia foi de reflexão, de partilha, de movimento interior
e exterior. Foi um olhar para dentro de cada um a partir de si próprio, um
olhar feito de experiência, de vivência, de sentir: não se olha para algo a
partir do nada mas podemos começar a olhar para nós a partir do vazio à procura
do que queremos sentir, encontrar, do que nos faz falta…e, para isso, faz falta
o silêncio…Sentir de fora o silêncio pode ser assustador, ele faz mais barulho
que uma multidão que se olha. O silêncio, meditação, de dentro de nós pode ser
suave, empenhador, frutífero, deixa-nos com energia e em paz. É preciso tempo,
dar tempo, darmo-nos tempo a nós próprios…meditar, entrar dentro de nós com
bondade e amor e deixar sair a luz que brilha.”
M. Henriques
O que fizemos neste dia:
10.00h
- Apresentação das pessoas e do programa.
- Meditação.
- 1ª leitura: Caminho da manhã, de Sofia de Melo; silêncio; tempo de
partilha.
11.30h
- 2ª leitura:
Acção – contemplação, de J. Matoso; silêncio; tempo de partilha.
12.30h
- Power point
– Águia.
13.00h
- Almoço.
14.15h
- 3ª leitura- Carta de S. Paulo aos Coríntios;
silêncio; tempo de partilha.
15.30h
- 4ª leitura: Bem-Aventuranças – Carta do Reino;
silêncio; partilha.
17.00h
- O que descobri hoje, e a “A minha mensagem para
ti” (troca de mensagens).
18.00h
- Fim do Dia de
Silêncio
Declamação
do poema «Desiderata» pelo ator Ruy de Carvalho “Vai serenamente por entre a agitação e a pressa e
lembra-te da paz que pode haver no silêncio…”