Esta festa foi precedida por uma preparação especial,
tendo em conta a característica da Fundação João XXIII/Casa do Oeste, assente
basicamente nos movimentos rurais da Acção Católica: ACR (adultos), JARC
(jovens) e ACN (mais novos) e também na Solidariedade com a Guiné/Bissau.
O
Assistente Diocesano fez uma Visita Pastoral aos Grupos de base da ACR
proclamando o lema do seu Programa de actividades: “É preciso gritar a Esperança”, em tempo de crise, orientando em
cada grupo uma reflexão sobre “A crise como oportunidade”, “porque nenhum cristão
pode ficar alheio ao projecto de Jesus: ‘Amai-vos uns aos outros como Eu vos
amei’ que tem em mira uma sociedade pacífica, justa e fraterna e mais
participativa.
Os Grupos elaboraram os seus Programas de actividade com
os quais se comprometeram e entregaram-nos no altar da Eucaristia na Festa das
Colheitas, levando também, oferendas diversas para a sustentabilidade desta
Casa.
O Grupo Coordenador da Solidariedade com a Guiné também
se reuniu para avaliar a Solidariedade deste ano, ressaltando a realização do “Projecto Visão Guiné” executado em
Janeiro e Fevereiro, e a missão de Agosto que fez a formação de 19 professores
e criou a Delegação oficial da Fundação João XXIII/Casa do Oeste, com sede em
Ondame. Nesta Festa pôde-se ver em
projecção permanente todos os Projectos de desenvolvimento que a Fundação vai
apoiando com os grupos missionários.
Os jovens da JARC, por sua vez realizaram neste fim-de-semana
da Festa a sua Assembleia Diocesana em que definiram as linhas de acção e o
lema a trabalhar durante dois anos “Sê
rural, acredita nos jovens e cria a mudança” . Foi feita a eleição duma
nova Equipa Diocesana que na Eucaristia desta Festa foi enviada em Missão.
Toda esta preparação previa culminar nesta Festa das
Colheitas com a Eucaristia de Bênção e inauguração do novo edifício, presidida
pelo Bispo D. António Marcelino que, por motivos de saúde imprevistos, comunicou
a sua impossibilidade e nos enviou uma mensagem que foi lida no início da
Celebração.
Assim
inaugurámos o novo edifício da Casa do Oeste, que nos dá muito melhores
condições de prestação de serviços, com um novo e amplo pátio, convidativo à
alegre confraternização com grande abertura de horizontes para o mar. Quem
simbolicamente abriu as portas foi o fundador da 1ª hora e presidente da
instituição, P. Joaquim Batalha, içando uma corrente
de elos que, como foi dito no momento, significa uma cadeia de elos que
unidos fazem a força e a solidariedade, a união de todos promovendo o
desenvolvimento e o bem comum em fraternidade.
Como não há festa sem refeição o almoço foi “Arroz à
Valenciana” que estava muito gostoso, sendo partilhado por mais de 300 pessoas.
Entretanto também muitas foram as oferendas que foram
trazidas para as vendas do “Mercado rural”, com muitos e variados doces
caseiros e as famosas filhoses feitas pelas senhoras do Grupo de S. Mamede da
Ventosa,... A Bandinha da Amizade de
Atouguia da Baleia veio graciosamente animar a Festa.
Fez parte do
programa a assinatura de mais uma Parceria de Cooperação (além das seis parcerias
já existentes) com a Associação “Barafunda” da Benedita, representada pela Dra Isabel
Rufino.
Esta festa de inauguração foi um êxito, embora pudesse
ter sido mais, se não fosse o mau tempo que se fez sentir da parte da tarde.
“Nós somos procuradores de Deus em favor
uns dos outros e muito especialmente dos mais pobres. Neste sentido fazemos
festa comunitária com o que Deus permitiu que fosse fruto do nosso trabalho.
Mas toda a partilha é de todos os bens e há também aqueles bens que vamos
colhendo com a coerência da nossa vida cristã e nos enriquecem espiritualmente
também em ordem a partilhar. A partilha que estais a fazer com os maravilhosos
projectos na Guiné/Bissau são também "festa das colheitas" pelo que
envolvem de amor, de gratuidade, de serviço em favor de um país pobre, como o
pude verificar em Fevereiro passado, onde só são abundantes as misérias e a
humildade do povo verdadeiramente pobre.
Continuais assim na fidelidade ao projecto de João
XXIII, um crente atento aos clamor dos pobres, orientando a Igreja para que
fosse serva e pobre, porque só deste modo podia ser mãe e mestra. O Concilio
não foi senão na sua intenção, a resposta necessária de amor de uma Igreja
serva e atenta ao clamor dos pobres.
Desejo que este dia seja mais um dia de construção de
uma Igreja verdadeiramente conciliar que estimule a nossa fé e a procura
contínua de novos caminhos na missão”.
(da Mensagem de D. António Marcelino)