INAUGURAÇÃO DA CASA DO OESTE

Decorreu, no passado domingo, dia 23, com grande animação a tradicional Festa das Colheitas na Casa do Oeste. Mais de 400 pessoas terão participado, ao longo do dia, nas diversas actividades oferecidas pelo programa: celebração da Eucaristia, cerimónia da bênção e inauguração das novas instalações, almoço, arraial animado pela Bandinha da Amizade da Atouguia da Baleia, quermesse, roleta, mercado de produtos agrícolas, comes e bebes (água-pé e castanhas, tremoços, filhoses, pão com chouriço, bolos diversos), etc.

Esta festa foi precedida por uma preparação especial, tendo em conta a característica da Fundação João XXIII/Casa do Oeste, assente basicamente nos movimentos rurais da Acção Católica: ACR (adultos), JARC (jovens) e ACN (mais novos) e também na Solidariedade com a Guiné/Bissau.

O Assistente Diocesano fez uma Visita Pastoral aos Grupos de base da ACR proclamando o lema do seu Programa de actividades: “É preciso gritar a Esperança”, em tempo de crise, orientando em cada grupo uma reflexão sobre “A crise como oportunidade”, “porque nenhum cristão pode ficar alheio ao projecto de Jesus: ‘Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei’ que tem em mira uma sociedade pacífica, justa e fraterna e mais participativa.

Os Grupos elaboraram os seus Programas de actividade com os quais se comprometeram e entregaram-nos no altar da Eucaristia na Festa das Colheitas, levando também, oferendas diversas para a sustentabilidade desta Casa.

O Grupo Coordenador da Solidariedade com a Guiné também se reuniu para avaliar a Solidariedade deste ano, ressaltando a realização do “Projecto Visão Guiné” executado em Janeiro e Fevereiro, e a missão de Agosto que fez a formação de 19 professores e criou a Delegação oficial da Fundação João XXIII/Casa do Oeste, com sede em Ondame.  Nesta Festa pôde-se ver em projecção permanente todos os Projectos de desenvolvimento que a Fundação vai apoiando com os grupos missionários.

Os jovens da JARC, por sua vez realizaram neste fim-de-semana da Festa a sua Assembleia Diocesana em que definiram as linhas de acção e o lema a trabalhar durante dois anos “Sê rural, acredita nos jovens e cria a mudança” . Foi feita a eleição duma nova Equipa Diocesana que na Eucaristia desta Festa foi enviada em Missão.

Toda esta preparação previa culminar nesta Festa das Colheitas com a Eucaristia de Bênção e inauguração do novo edifício, presidida pelo Bispo D. António Marcelino que, por motivos de saúde imprevistos, comunicou a sua impossibilidade e nos enviou uma mensagem que foi lida no início da Celebração.

Assim inaugurámos o novo edifício da Casa do Oeste, que nos dá muito melhores condições de prestação de serviços, com um novo e amplo pátio, convidativo à alegre confraternização com grande abertura de horizontes para o mar. Quem simbolicamente abriu as portas foi o fundador da 1ª hora e presidente da instituição, P. Joaquim Batalha, içando uma corrente de elos que, como foi dito no momento, significa uma cadeia de elos que unidos fazem a força e a solidariedade, a união de todos promovendo o desenvolvimento e o bem comum em fraternidade.

Como não há festa sem refeição o almoço foi “Arroz à Valenciana” que estava muito gostoso, sendo partilhado por mais de 300 pessoas.

Entretanto também muitas foram as oferendas que foram trazidas para as vendas do “Mercado rural”, com muitos e variados doces caseiros e as famosas filhoses feitas pelas senhoras do Grupo de S. Mamede da Ventosa,...  A Bandinha da Amizade de Atouguia da Baleia veio graciosamente animar a Festa.

Fez parte do programa a assinatura de mais uma Parceria de Cooperação (além das seis parcerias já existentes) com a Associação “Barafunda” da Benedita, representada pela Dra Isabel Rufino.

Esta festa de inauguração foi um êxito, embora pudesse ter sido mais, se não fosse o mau tempo que se fez sentir da parte da tarde.

“Nós somos procuradores de Deus em favor uns dos outros e muito especialmente dos mais pobres. Neste sentido fazemos festa comunitária com o que Deus permitiu que fosse fruto do nosso trabalho. Mas toda a partilha é de todos os bens e há também aqueles bens que vamos colhendo com a coerência da nossa vida cristã e nos enriquecem espiritualmente também em ordem a partilhar. A partilha que estais a fazer com os maravilhosos projectos na Guiné/Bissau são também "festa das colheitas" pelo que envolvem de amor, de gratuidade, de serviço em favor de um país pobre, como o pude verificar em Fevereiro passado, onde só são abundantes as misérias e a humildade do povo verdadeiramente pobre.
Continuais assim na fidelidade ao projecto de João XXIII, um crente atento aos clamor dos pobres, orientando a Igreja para que fosse serva e pobre, porque só deste modo podia ser mãe e mestra. O Concilio não foi senão na sua intenção, a resposta necessária de amor de uma Igreja serva e atenta ao clamor dos pobres.
Desejo que este dia seja mais um dia de construção de uma Igreja verdadeiramente conciliar que estimule a nossa fé e a procura contínua de novos caminhos na missão”.

(da Mensagem de D. António Marcelino)

Joaquim Batalha